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segunda-feira, 14 de maio de 2012

ISP: filantropia ou sustentabilidade?

Esta semana vamos tratar de um dos assuntos mais polêmicos relacionados à sustentabilidade nas empresas: o Investimento Social Privado (ISP). A maior parte das grandes corporações possui pelo menos uma forma de ISP: patrocínios a eventos culturais e esportivos, projetos educacionais, capacitação profissional, programas de voluntariado e toda sorte de doações em dinheiro ou parcerias com ONGs e iniciativas de preservação ambiental, educação e outras formas de desenvolvimento social. No meio de tanta coisa classificada como ISP, o que é marketing, o que é filantropia e o que são iniciativas que efetivamente contribuem para a sustentabilidade da empresa?

Placa: "Acme Oil - Nós nos importamos!"
Diálogo: "Gastamos tudo em outdoors"

segunda-feira, 7 de maio de 2012

A materialidade da Materialidade


Como já vimos, cada dia mais empresas – de todos os tipos – decidem adotar práticas de sustentabilidade. Há uma profusão delas no mercado, de diferentes naturezas, escopos e resultados: análise de ciclo de vida, compensação de carbono, ações de ecoeficiência, investimento social privado, engajamento de funcionários, desenvolvimento de produtos mais sustentáveis, comunicação para a sustentabilidade, capacitação profissional, governança corporativa, preservação ambiental, certificação – ufa! – e muitos outros ainda. Mas será que todos os tipos de práticas sustentáveis contribuem da mesma forma para a agenda de sustentabilidade da empresa que os adota? Como pesar as alternativas e escolher a melhor prática?


quinta-feira, 26 de abril de 2012

As 10 Chaves do Sucesso para a Sustentabilidade nas PMEs

Quando se pensa em sustentabilidade no contexto empresarial, algumas imagens vêm rápido à mente: grandes programas de reciclagem, imensos projetos de neutralização de carbono e plantio de árvores e muita mídia para reforçar a imagem de amigo do planeta. Há uma coisa comum a todas essas imagens: todas são iniciativas de grandes empresas, com amplos recursos para implementá-los. Afinal, pequenas e médias empresas (PMEs) não têm tempo, pessoas ou dinheiro para investir em ser sustentável, certo? 

Conforme se consolida a idéia de que gerir inteligentemente e de maneira integrada os impactos econômicos, sociais e ambientais das empresas pode levá-las a obter melhores resultados e diminuir riscos, garantindo a sobrevivência e prosperidade de seus negócios a longo prazo, também se acende o brilho da oportunidade nos olhos mais atentos: a sustentabilidade pode também ser um caminho para menores custos, diferenciação no mercado, inovação e, consequentemente, sucesso financeiro. E se é assim, por que justamente as PMEs, que precisam mais do que nunca de qualquer vantagem que possam obter para vencer em seus mercados ultra-competitivos, não poderiam também conseguir esses benefícios? 

É precisamente para esta idéia que mais e mais PMEs estão despertando no mundo todo.


Um dos melhores estudos sobre este movimento foi feito pela AICPA, a maior associação de contadores do mundo - o que por si só já demonstra a crescente importância do tema para as seculares preocupações financeiras das empresas - e entrevistou mais de 1.300 líderes e executivos de PMEs, a fim de determinar a extensão e profundidade da adoção de práticas de sustentabilidade por elas. O estudo descobriu que nada menos que 1 em cada 3 PMEs possui uma estratégia de sustentabilidade definida, e 23% do restante planeja desenvolver uma nos próximos dois anos. As razões para isso podem variar, mas a motivação primordial é comum: a sustentabilidade é boa para os negócios. Para algumas empresas, essas práticas possuem um apelo para os valores de seus clientes, ou fortalecem seus relacionamentos com fornecedores, ou melhoram o posicionamento de suas marcas, ou geram maior compromisso e lealdade entre seus funcionários, ou reduzem seus custos variáveis, aumentando a lucratividade.



Uma tendência interessante que já é possível enxergar no mercado brasileiro é a de que não só as PMEs não precisam estar "no vácuo" das grandes empresas, como podem inclusive estar melhor posicionadas para ditar o ritmo do mercado no tema. Empresas menores, com suas estruturas mais enxutas e processos mais adaptáveis, possuem maior facilidade e agilidade em integrar a gestão da sustentabilidade à estratégia do negócio e, principalmente, possuem uma capacidade de inovar mais rapidamente para atender às demandas desse processo e aproveitar as oportunidades que forem percebidas durante este esforço.

O mesmo estudo da AICPA também elencou os 10 principais fatores para o sucesso da inserção da sustentabilidade em PMEs, observados em casos reais descritos no estudo. Apresento abaixo esses princípios, e ilustro alguns deles com breves exemplos brasileiros retirados do ótimo Centro SEBRAE de Sustentabilidade, que agrega bastante conteúdo interessante sobre o tema:

Estratégia e Planejamento:

1) Entenda os principais aspectos da sustentabilidade para sua organização, e procure maneiras inovadoras de beneficiar funcionários, clientes e fornecedores. Grupo BB , fabricante de produtos promocionais de plástico, entre outras ações, desenvolveu produtos que utilizam fibra de coco em sua composição, trazendo inovação para seu portfolio, e gerando renda para os catadores de cocos.

2) Defina o que sustentabilidade significa para sua empresa. Ter metas claras ajuda a focar seus esforços na direção certa. JS Metalurgia elegeu a ecoeficiência como foco, para aproveitamento máximo de seus recursos e melhores resultados em seu negócio.

3) Engaje todos os seus públicos. Fale sobre sustentabilidade com clientes, fornecedores, investidores e funcionários, para que todas as vozes sejam ouvidas e todas as suas necessidades sejam contempladas na estratégia que for desenvolvida.

Execução e Alinhamento:

4) Você não está sozinho. Procure iniciativas que ajudem empresas como a sua a implementar a sustentabilidade de um modo mais fácil e rápido. No Brasil, o próprio Centro SEBRAE de Sustentabilidade já citado é um ótimo exemplo.

5) Estabeleça responsabilidade e comunique. O ideal é definir um responsável da alta liderança, e comunicar a importância das iniciativas a todos os níveis da empresa.

6) Avance passo a passo. Ser mais sustentável é normalmente uma evolução, e não uma revolução. Pequenas mudanças podem ter um grande impacto no futuro.

7) Faça o que diz. Clientes e investidores percebem iniciativas rasas e sem consistência, não cometa o erro de enxergar a sustentabilidade como um exercício de marketing.


Performance e Transparência:

8) Junte sustentabilidade ao lucro. Ser mais sustentável em geral é ser mais eficiente. Perceba e torne clara a conexão entre consumir menos recursos e aumentar seus lucros. As iniciativas da Mecânica Chiquinho não só economizaram dinheiro, como trouxeram renda extra ao negócio.

9) Mensure, monitore e revise. Desenvolva indicadores claros, revise-os regularmente e estabeleça metas realistas e alcançáveis conforme a velocidade doprogresso.

10) Invista no futuro. Investir em sustentabilidade não requer necessariamente um grande capital. Muitas PMEs relatam que o maior investimento é tempo de gestão.


As PMEs têm muito a lucrar com a sustentabilidade, e a corrida já começou. Quem serão os vencedores?

terça-feira, 24 de abril de 2012

Internalize Já!

Este blog já defendeu inúmeras vezes a ladainha de que empresas sustentáveis tem melhores resultados em seus negócios, tentando apresentar os melhores dados para embasar essa afirmação. Já falamos em como as práticas de sustentabilidade podem reduzir custos, aumentar a inovação e trazer toda sorte de efeitos positivos para as corporações. Lindo. Há cabeças mais críticas, porém, nas quais se forma uma dúvida incômoda: "Ei, ações sociais e ambientais de empresas não são algo exatamente novo. Se o benefício é assim tão grande, como isso já não ficou claro há muito tempo atrás?!". A inquietação procede, e merece uma análise mais cuidadosa.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Greenwashing - nem todo verde é verdade

E não há discussão sobre sustentabilidade no marketing, mudanças nos hábitos dos consumidores ou qualquer comunicação de aspectos de sustentabilidade que não passe por essa palavrinha estranha, impossível de se traduzir, e com um significado tão amplo: Greenwashing. Mas o que é greenwashing?



quarta-feira, 11 de abril de 2012

O (des)comportamento do consumidor

Um dos maiores desafios enfrentados pelas empresas que decidem tomar a sustentabilidade a sério é o enfrentado por aquelas que atuam no setor B2C (business-to-consumer, empresas cujos produtos ou serviços se relacionam diretamente com o consumidor pessoa-física). Como é natural, as mudanças nesse setor dependem muito (pró- ou reativamente) dessa entidade mística e transcendental que é o comportamento do consumidor. Como comunicar os atributos de sustentabilidade para esse consumidor? Como influenciar a preferência dele? Como o marketing pode incorporar esse aparente valor enxergado pelos consumidores?


segunda-feira, 9 de abril de 2012

É bonito ser verde - mas funciona?

Conforme a onda da Sustentabilidade se espalha pela sociedade, no mundo corporativo três tendências são perenes:

1) Todos querem um pedacinho dos potenciais ganhos reputacionais de ser visto como "verde" ou "sustentável";

2) Poucos estão dispostos a realmente investir o tempo e energia necessários a realmente inserir a sustentabilidade no negócio da empresa, indo além as ações de compensação e;

3) Em todas as cabeças paira a eterna dúvida: "No fim das contas, isso funciona? Vou realmente conseguir melhores resultados em meu negócio por ser mais sustentável?".

Sobre este terceiro ponto vou me aprofundar um pouco hoje.